“Sonhar é acordar-se para dentro.” Frase de Mário Quintana
Quando crianças, nós temos muitos sonhos. Eles fazem parte das brincadeiras, dos pensamentos antes de dormir, durante as refeições e até na hora do banho. Lembro de ir caminhando para escola e sonhando sobre as viagens que eu faria quando adulta.
Nós vamos crescendo e esquecemo-nos de sonhar, afinal, precisamos cumprir as tarefas de ser adulto, seguindo as metas que a sociedade nos impõe.
Entretanto, quantas dessas metas são verdadeiramente nossas?
Quando eu decidi fazer intercâmbio, eu resgatei um sonho da minha adolescência e construí objetivos e metas para a realidade que se apresentava naquele momento.
A maioria das pessoas acha que quem está fazendo intercâmbio está vivendo muito bem, pois está se divertindo em outro país, entretanto a realidade pode-se apresentar outra.
Não foi fácil para mim, eu tinha meu consultório de psicologia no Brasil, uma casa só para os meus cachorros e para mim e o conforto da família e dos amigos por perto.
Eu cheguei à Irlanda sem meus cachorros, longe de todos que eu conhecia e confiava, precisando dividir casa com desconhecidos e trabalhar em outra área. Eu sentia falta de ser psicóloga, das minhas panelas e canecas, das terças-feiras no Café Cantante após os atendimentos, além disso, eu chorava toda noite por saudade da minha pequena Amélie.
Ter um sonho me ajudou a acordar todo o dia com energia; eu lembrava cada um dos meus objetivos e projetos durante o trajeto até a escola de inglês, quando escova os dentes e até enquanto trocava as fraldas da menina que cuidava.
Os meus sonhos me ajudaram a ter fé e compreender os motivos de eu estar lá, longe de tudo que era familiar.
Os sonhos dão sentido às nossas vidas, trazendo um propósito para a nossa existência, ajudando-nos a ter motivação para seguir em frente, encarando os desafios, as dificuldades e os inúmeros “nãos” que surgem no decorrer da vida.
Quais são os seus sonhos?